domingo, 20 de abril de 2008

ESTUDOS DE ABRIL

2ª Feira


15:00 h - ESTUDOS E PASSES



7 de Abril - Ev. Cap. XVI item 8 - Desigualdade das riquezas - MARIA IMACULADA BASTOS

14 de Abril - LE q. 50 a 54 - Povoamento da Terra/Diversidade da raça humana - MARIA ELENA MACHADO

21 de Abril - Ev. Cap. XVI itens 9 e 10 - A verdadeira propriedade - PAULO AFONSO DE FARIA



28 de Abril - LE q. 55 a 59 - Pluralidade dos mundos/Considerações e concordância bíblicas... - MÍRIAM HOLANDA


4ª Feira


19:00 h - ESTUDO DO LIVRO: A GÊNESE


2 de Abril - Cap. XV itens 29 a 36 - Possessos - MAURÍCIO ALMEIDA


9 de Abril - Cap. XV itens 37 a 40 - Ressurreições - PAULO ANTONIO BARBOSA


16 de Abril - Cap. XV itens 41 a 44 - Jesus caminha sobre as águas/Transfiguração - SERGIO DAEMON

23 de Abril - Cap. XV itens 45 a 47 - Tempestade aplacada/Bodas de Caanã -FELIPE GRECO

30 de Abril - Cap. XV itens 48 a 51 - Multiplicação dos pães - GILBERTO ADAMATTI



19:45 h - EVANGELIZAÇÃO - MOCIDADE - JUVENTUDE



20:00 h - ESTUDOS E PASSES

2 de Abril - Ev. Cap. X itens 1 a 4 - Perdoai para que Deus vos perdoe - JADIEL DE OLIVEIRA

9 de Abril - LE q. 776 a 778 - Estado de natureza - PAULO TARTAREL


16 de Abril - Ev. Cap. X itens 5 e 6 - Reconciliação com os adversários - ANGELA DIAS

23 de Abril - LE q. 779 a 781 - Marcha do progresso - SERGIO NOBREGA

30 de Abril - Motivos para desculpar - TALES WAGNER



6ª FEIRAS



19:00 h - ESTUDO DO LIVRO: MISSIONÁRIOS DA LUZ



20:00 h - ESTUDOS E PASSES


4 de Abril - LE q. 783 a 785 - Marcha do progresso - FELIPE GRECO
Ev. Cap. XIX itens 6 e 7 - A fé religiosa - MÔNICA CARVALHO

11 de Abril - LE q. 786 e 787 - Povos degenerados - SÉRGIO DAEMON
Ev. Cap. XIX itens 8 a 10 - Parábola da figueira que secou - GILBERTO ADAMATTI


18 de Abril - LE q. 788 e 789 - Povos degenerados - MAURÍCIO ALMEIDA
Ev. Cap. XIX item 11 - A fé mãe da esperança e da caridade - PAULO NETO

25 de Abril - LE q. 790 a 793 - Civilização - PAULO NETO
Ev. Cap. XIX item 12 - A fé humana e a divina - PAULO ANTONIO BARBOSA



DOMINGO


10:30 h - MANHÃ FRATERNA

27 de Abril - PORQUE ESTUDAMOS KARDEC - VANESSA BIANCA LAUCOS

quarta-feira, 16 de abril de 2008

POESIAS DE AUTA DE SOUZA

SAUDADE

Lembro-te Mãe...Eis que a noite avança...Repetes comigo a Ave-Maria...A prece te acalma e te aliviaNo constante dever que não te cansa.
Afaga-me os cabelos... Leve trança...Agradeces o pão de cada dia...No pobre Lar, teus gestos de alegriaTecem nosso poema de esperança...
Hoje moro no Além... Amor imenso...Quero ver-te, porém, anoto, penso...Envolvida em meus sonhos irreais...
Onde a estrela em que vives? Onde? Onde?O Tempo ouve, passa e não responde...E a saudade a doer, dói sempre mais...

Auta de SouzaSoneto recebido em 12/04/1999 - Uberaba MGPsicografada por Francisco Cândido Xavier
VEM E AJUDA

Repara, além das rosas to teu horto,Onde a luz do teu sonho brilha e mora,Os romeiros que seguem, vida a fora,Padecendo aflição e desconforto.
Infortunados náufragos sem porto,Tristes, rogando a paz de nova aurora,Levam consigo a dor que clama e choraSob as chagas do peito quase morto...
Não te detenhas!... Vem, socorre e ajudaA multidão que passa, inquieta e muda,Implorando-te amor, consolo e abrigo!...
Reparte o pão que te enriquece a mesa,Estendendo o teu horto de beleza,E o Mestre Amado habitará contigo.
Auta de SouzaPsicografada por Francisco Cândido Xavier
MÃOS

Harpas de amor tangendo de mansinhoA música do bem ditosa e bela,As mãos guardam a luz que te revelaA mensagem de paz e de carinho.
Não te digas inútil ou sozinho...Na existência mais triste ou mais singela,Nas mãos todo um tesouro se encastela,Derramando-se em bênçãos no caminho.
Ara, semeia, tece, afaga e ajuda...Mãos no trabalho são a prece mudaDe nosso coração, vencendo espaços...
E, aprendendo com Cristo, ante o futuro,Tuas mãos, como servas do amor puro,São estrelas fulgindo nos teus braços.

Auta de SouzaPsicografada por Francisco Cândido Xavier
SERVE SORRINDO

Derrama o coração pelo caminhoTange a lira do bem que te procuraA mensagem da paz, canta baixinhoOnde brilhe a bondade doce e pura.
Oferta um ramo de flor a cada espinhoPor mais te doa a mágoa que tortura.Para quem chora, a benção de carinhoÉ como estrela para a noite escura.
Bendize a própria dor em que te exprimes!Serve sorrindo, embora de alma presaAo turbilhão das lágrimas sublimes.
Verás que em tudo se descerraO amor de Deus na glória da beleza,Que em cascatas de luz envolve a Terra!

Auta de SouzaPsicografada por Francisco Cândido Xavier

SUBLIME ENCONTRO
Se procuras o Cristo Soberano,Por excelso refúgio às próprias dores,Busca, hoje e amanhã, por onde fores,O torturado coração humano.
Desce ao vale dos grandes amargores,Onde revelam sofrimento insanoA aflição, a miséria e o desengano,Entre flagelos purificadores.
Desce à feição do sol na noite fria,Guardando a caridade por teu guia,Ajudando e servindo cada hora...
E, ante a luz da Divina Primavera,Encontrarás o Cristo que te espera,Crucificado em cada ser que chora.

Auta de SouzaPsicografada por Francisco Cândido Xavier

ALGUÉM NA ESTRADA

Alguém te espera o amor, estrada aforaSeja o dia translúcido ou cinzento,Para extinguir a sombra e o sofrimentoNas empedradas trilhas de quem chora!...Não te detenhas! Vem!... O tempo é agora,Há quem se arrase ao temporal violento,E corações ao frio, à noite e ao ventoAnte a descrença que se desarvora...Vem à estrada do mundo!... Ampara e ama!...Esclarece e consola, alça por chama,O próprio coração fraterno e amigo!...Esse alguém é Jesus que te abençoa!...Trabalha, serve, esquece-te, perdoaE o Mestre Amado seguirá contigo!...

Auta de SouzaPsicografada por Francisco Cândido Xavier

UNIÃO SEM ADEUS

Converte o pranto em que dilacerasEm fonte de bondade, alma querida,Transfigura em trabalho, paz e vidaA saudade que trazes de outras eras...
Espalha o bem, por mais que a dor coincidaCom teu sonho de novas primaveras,Eleva-te a caminho, enquanto esperas,Quanto mais alto, tanto mais subida.
Segue e serve, de pés sangrando embora,Esquece-te, perdoa, lida, chora,Luta, vence-te, sofre mas porfia!...
E encontrarás o reino do amor puroDa união sem adeus ante o futuroNa beleza perpétua da alegria.

Auta de SouzaDo livro "Auta de Souza"Psicografia de Francisco Cândido Xaiver

PALAVRAS DE CARIDADE

O apoio... A simpatia... Uma oração,Carregada de fé na Bondade Divina...A bênção do sorriso... A página que ensinaA vencer o amargor das lágrimas terrenas...
O minuto de paz... O auxílio que armazenas,Na supressão do mal, ao trabalho em surdina...O bilhete fraterno... Uma flor pequenina...O socorro... A brandura... As palavras serenas...
A esmola... A roupa usada... O copo de água fria....O pão... O entendimento... Um raio de alegria...Um fio de esperança... A atitude sincera...
Da migalha pobre à dádiva mais rica,Tudo aquilo que dás a vida multiplicaNos tesouros de amor da glória que te espera!...

Auta de SouzaDo livro "Poetas Redivivos"Psicografia de Francisco Cândido Xaiver



O PRIMEIRO ENCONTRO COM CHICO XAVIER

(Transcrito do Livro "No Mundo de Chico Xavier" - Dr. Elias Barbosa - 2º Edição - IDE)

"Recorda, de modo particular, alguma produção que ficasse inesquecível em sua memória ?

Sim, recordo-me de um soneto intitulado "Nossa Senhora da Amargura", que, se não me engano quanto à data, foi publicado pelo Almanaque de Lembranças, de Lisboa, na sua edição de 1932.

Eu estava em oração. certa noite, quando se aproximou de mim, o espírito de uma jovem, irradiando intensa luz. Pediu papel e lápis e escreveu o soneto a que me referi. Chorou tanto ao escrevê-lo que eu também comecei a chorar de emoção, sem saber, naquele momento, se meus olhos eram os dela ou se os olhos dela eram os meus. Mais tarde, soube por nosso caro Emmanuel, que se tratava de Auta de Souza, a admirável poetisa do Rio Grande do Norte"

(Trecho de carta de Chico Xavier a M. Quintão - Revista Reformador - Ano 1932 - Número 8 - Abril - pág 237)

"Alguns autores há muito tempo que não voltam, como , por exemplo, Augusto dos Anjos e Auta de Souza.

Desta última conservo muitas saudades. Quando ela escrevia, fazia-me sentir sensações indefiníveis.

De algumas vezes, eu sentia que ela se achava em companhia de uma outra alma, bastante elevada, que nos disseram ser uma das que compõem a grande falange que colabora com Celina em sua elevada missão de amor.

Esta companheira da alma que se dava com Auta fazia-me ouvir, isto é, sentir, como em relâmpagos, os mais formosos hinos sacros, que eu nunca pude apanhar, porque eram sempre mais vibrações intraduzíveis, melodias que eu podia somente sentir.

Cada Espírito que por mim escreveu fez-me sentir uma sensação diferente, profundamente desiguais entre si."

AUTA DE SOUZA E SUA HISTÓRIA

Nasceu em Macaíba, então Arraial, depois cidade do Rio Grande do Norte a 12 de setembro de 1876, era magrinha, calada, de pele clara, um moreno doce à vista como veludo ao tato.
Era filha de ELOI CASTRICIANO DE SOUZA, desencarnado aos 38 anos de idade e de Dona HENRIQUETA RODRIGUES DE SOUZA, desencarnada aos 27 anos, ambos tuberculosos.
Antes dela ter completado 3 anos ficou órfã de mãe e aos 4 anos de pai. A sua existência, na terra foi assinalada por sofrimentos acerbos. Muito cedo conheceu a orfandade e ainda menina, aos dez anos, assistiu a morte de seu querido irmão IRINEU LEÃO RODRIGUES DE SOUZA, vitimado pelo fogo produzido pela explosão de um lampião de querosene, na noite de 16 de fevereiro de 1887.

Auta de Souza e seus quatro irmãos foram criados em Recife no velho sobrado do Arraial, na grande chácara, pela avó materna Dona SILVINA MARIA DA CONCEIÇÃO DE PAULA RODRIGUES, vulgarmente chamada Dindinha e seu esposo FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES, que desencarnou quando Auta tinha 6 anos.

Antes dos 12 anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, onde recebeu carinhosa acolhida por parte das religiosas francesas que o dirigiam e lhe ofereceram primorosa educação: Literatura, Inglês, Música, Desenho e aprendeu a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, chateubriand, Fénelon.

De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé, na leitura constante do Evangelho.

Aos 14 anos, ainda no Educandário Estância, em 1890, manifestaram-se os primeiros sintomas da enfermidade que lhe roubou, em plena juventude, o viço e foi a causa de sua morte, ocorrida na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 - Quinta-feira à uma hora e quinze minutos, na cidade de Natal, exatamente com 24 anos, 4 meses e 26 dias de idade. Os médicos nada puderam fazer e Dindinha retornou com todos para a terra Norte-Rio Grandense. Ei-los todos em Macaíba. Foi sepultada no cemitério do Alecrim e em 1906, seus restos mortais foram transladados para o jazigo da família, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua terra natal.

O forte sentimento religioso e mesmo a doença não impediram de ter uma vida absolutamente normal em sociedade.

Era católica, mas não submissa ao clero. Ela não se macerou, não sarjou de cilícios a pele, não jejuou e jamais se enclastou. Era comunicativa, alegre, social. A religiosidade dela era profunda, sincera, medular, mas não ascética, mortificante, mística.
Seu amor por Jesus Cristo, ao Anjo da Guarda, não a distanciaram de todos os sonhos das donzelas: Amor, lar, missão maternal. Com 16 anos, ao revelar o seu invulgar talento poético, enamorou-se do jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, com a duração apenas de um ano e poucos meses.
Dotada de aguda sensibilidade e imaginação ardente dedicava ao namorado amor profundo, mas a tuberculose progredia e seus irmãos convenceram-na a renunciar. A separação foi cruel, mas apenas para Auta. O Promotor não demonstrou a menor reação.... É verdade que gostava de ouvi-la nas festas caseiras a declamar com sua belíssima voz envolvente, aveludada e com ela dançar quadrilhas, polcas e valsas, mas não era o homem indicado para amar uma alma tão delicada e sonhadora como Auta de Souza. Faltava-lhe o refinamento espiritual para perceber o sentimento que extravasava através dos olhos meigos da grande Poetisa.

Essa sucessão de golpes dolorosos, marcou profundamente sua alma de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia. Era vista lendo para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos, as páginas simples e ingênuas da "História de Carlos Mágno", brochura que corria os sertões, escrita ao gosto popular da época.

A orfandade da Poetisa ainda criança, o desencarne trágico de seu irmão, a moléstia contagiosa e a frustração no amor, esses quatro fatores amalgamados à forte religiosidade de Auta, levaram-na a compor uma obra poética singular na História da Literatura Brasileira "Horto", seu único livro, é um cântico de dor, mas, também, de fé cristã. A primeira edição do Horto saiu do prelo em 20 de Junho de 1900.

O sofrimento veio burilar a sua inata sensibilidade, que transbordou em versos comovidos e ternos, ora ardentes, ora tristes, lavrados à sombra da enfermidade, no cenário desolador do sertão de sua terra.

Em 14 de novembro de 1936, houve a instalação da Academia Norte-Rio Grandense de Letras, com a poltrona XX, dedicada a Auta de Souza.

Livre do corpo, totalmente desgastado pela enfermidade, Auta de Souza, irradiando luz própria, lúcida e gloriosa alçou vôo em direção à Espiritualidade Maior. Mas a compaixão que sempre sentira pêlos sofredores fez com que a poetisa em companhia de outros Espíritos caridosos, visitasse, constantemente a crosta da terra. Foi através de Chico Xavier, que ela, pela primeira vez revelou sua identidade, transmitindo suas poesias enfeixadas em 1932, na primeira edição do "PARNASO DE ALÉM TÚMULO", lançado pela Federação Espírita Brasileira.